A Dislexia, muitas vezes torna-se um
«bicho-de-sete-cabeças» para muitos professores, que acompanham alunos com este
diagnóstico. È claro, que tendo em conta a atual estruturação do ensino, e com
a diminuição dos apoios aos alunos com NEE (necessidades educativas especiais)
esta problemática faz com que a preocupação por parte dos professores em
relação a estes alunos torne-se ainda maior.
Primeiro que tudo há alguns aspetos a
não esquecer perante esta nossa criança, que muitas vezes passa a ser apelidada
de «disléxica», são eles:
- Não esquecer que todos os alunos são
diferentes, mesmo que apresentem o mesmo diagnóstico, é importante ter presente
as diferenças individuais de cada criança:
- O diagnóstico de «dislexia» percorre
um espetro de problemáticas no seu grau de severidade,
- O aluno com dislexia não apresenta
défice cognitivo
- A dislexia não tem cura
- a Dislexia tem uma base neurológica e existe uma incidência expressiva
do fator genético nas suas causas, transmitido por um gene de uma pequena
ramificação do cromossoma # 6 que, por ser dominante, aumenta a prevalência na
família;
- O
disléxico tem mais desenvolvida a nível cerebral uma área específica - o
hemisfério lateral-direito, em relação aos leitores normais. Condição que,
segundo os investigadores, justifica os seus "dons" , que estão
relacionados com a sensibilidade, artes, atletismo, mecânica, visualização em 3
dimensões, criatividade, resolução de problemas e habilidades intuitivas;
Estratégias de adequações no processo de
avaliação do aluno disléxico:
- Dê-lhe mais tempo para realizar o teste;
- Elabore mais avaliações e com menos conteúdo, para que o aluno possa realizá-las
num menor tempo.
- Considere que o disléxico já tem dificuldade para
automatizar o código linguístico da sua própria língua e mais ainda em relação
à estrangeira.
- Não acumule conteúdos para começar a aplicar as
avaliações. Ao contrário, aplique-as no final de cada tópico dado, de acordo
com a progressão dos estudos, dando mais oportunidades aos alunos e evitando a
acumulação de conteúdos a serem estudados.
- Sempre
que possível, prepare avaliação individualizada. O ideal é que os instrumentos
de avaliação sejam elaborados de acordo com as suas características.
- Se for idêntica à dos colegas: Leia os enunciados em voz alta, certificando-se de que ele
compreendeu as perguntas; durante a prova preste-lhe a orientação necessária
para que ele compreenda o que está a ser pedido; respeite o seu ritmo
permitindo-lhe, quando necessário, que a conclua na aula seguinte ou em outro
lugar na escola (biblioteca, sala de grupo);
- Ao corrigi-la, valorize não só o que está explícito
como também o implícito e adapte os critérios de correção à sua realidade;
- Não faça anotações na folha da prova (sobretudo juízos
de valor);
- Não registe a nota sem antes retomar a prova com ele e
verificar, oralmente, o que ele quis dizer com o que escreveu;
- Pesquisar, principalmente, sobre a natureza do(s)
erro(s) cometido(s): ex.: Não entendeu o que leu e por isso não
respondeu corretamente ao solicitado? Leu, entendeu, mas não soube aplicar o
conceito ou a fórmula? Aplicou o conceito (ou a fórmula), mas desenvolveu o raciocínio
de maneira errada? Em outras palavras: em que errou e porque errou?
- Dê ao aluno a opção de fazer prova oral ou atividades
que utilize diferentes expressões e linguagens. Exigir que comunique
o que sabe fazendo questões, propor problemas e apresentar soluções
exclusivamente através da leitura e da escrita é mau; é,
sobretudo, negar-lhe um direito – natural
– de comunicar, de criar e de expressar-se livremente.
- Avaliações que contenham exclusivamente textos,
sobretudo textos longos, não devem ser aplicadas;
- Utilize uma única fonte, simples, em toda a prova (preferencialmente
“Arial 11”
ou Times New Roman 12), evitando-se misturas de fontes e de tamanhos, sobretudo
as manuscritas, as itálicas e as rebuscadas;
- Dê
preferência a avaliações orais, através das quais, em tom de conversa, o aluno
tenha a oportunidade de dizer o que sabe sobre o(s) assunto(s) em questão;
- Não indique livros para leituras paralelas. Quando
necessário, proponha outras experiências que possam contribuir para o alcance
dos objetivos propostos:
- Ofereça uma folha de prova limpa, sem rasuras, sem
riscos ou sinais que possam confundir;
- Ao colocar questões falso-verdadeiro, construa um bom
número de afirmações verdadeiras e em seguida reescreva a metade, tornando-as
falsas; evite o uso da negativa e também de expressões absolutas; construa as
afirmações com bastante clareza e, aproximadamente com a mesma extensão; inclua
somente uma ideia em cada afirmação;
- Ao colocar questões de associações:, fale de um só
assunto em cada questão; redija cuidadosamente os itens para que o aluno não se
atrapalhe com os mesmos;
- Ao colocar questões de preenchimento de espaços,
utilize somente um espaço, no máximo dois, em cada frase; faça com que a lacuna
corresponda à palavra ou expressão, que envolvam conceitos e conhecimentos
básicos e essenciais
- Mantenha a mesma terminologia que está no livro
adotado na disciplina.
«Dislexia é uma dificuldade especifica de aprendizagem da Linguagem para:
- A Leitura, Soletração, Escrita, Linguagem Expressiva e Recetiva, os Cálculos Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social.
- Não tem como causa a falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a ver com défice visual ou auditivo como causa primária.»
Snowling, M.
Bibliografia
Snowling,
Margaret, Dislexia