terça-feira, 19 de novembro de 2013

DISLEXIA ... COMO AJUDAR


A Dislexia, muitas vezes torna-se um «bicho-de-sete-cabeças» para muitos professores, que acompanham alunos com este diagnóstico. È claro, que tendo em conta a atual estruturação do ensino, e com a diminuição dos apoios aos alunos com NEE (necessidades educativas especiais) esta problemática faz com que a preocupação por parte dos professores em relação a estes alunos torne-se ainda maior.

Primeiro que tudo há alguns aspetos a não esquecer perante esta nossa criança, que muitas vezes passa a ser apelidada de «disléxica», são eles:

- Não esquecer que todos os alunos são diferentes, mesmo que apresentem o mesmo diagnóstico, é importante ter presente as diferenças individuais de cada criança:

- O diagnóstico de «dislexia» percorre um espetro de problemáticas no seu grau de severidade,

- O aluno com dislexia não apresenta défice cognitivo

- A dislexia não tem cura

- a Dislexia tem uma base neurológica e existe uma incidência expressiva do fator genético nas suas causas, transmitido por um gene de uma pequena ramificação do cromossoma # 6 que, por ser dominante, aumenta a prevalência na família;

- O disléxico tem mais desenvolvida a nível cerebral uma área específica - o hemisfério lateral-direito, em relação aos leitores normais. Condição que, segundo os investigadores, justifica os seus "dons" , que estão relacionados com a sensibilidade, artes, atletismo, mecânica, visualização em 3 dimensões, criatividade, resolução de problemas  e habilidades intuitivas;

 


Estratégias de adequações no processo de avaliação do aluno disléxico:


- Dê-lhe mais tempo para realizar o teste;

- Elabore mais avaliações e com menos conteúdo, para que o aluno possa realizá-las num menor tempo.

- Considere que o disléxico já tem dificuldade para automatizar o código linguístico da sua própria língua e mais ainda em relação à estrangeira.

-  Não acumule conteúdos para começar a aplicar as avaliações. Ao contrário, aplique-as no final de cada tópico dado, de acordo com a progressão dos estudos, dando mais oportunidades aos alunos e evitando a acumulação de conteúdos a serem estudados.

-  Sempre que possível, prepare avaliação individualizada. O ideal é que os instrumentos de avaliação sejam elaborados de acordo com as suas características.

- Se for idêntica à dos colegas: Leia os enunciados em voz alta, certificando-se de que ele compreendeu as perguntas; durante a prova preste-lhe a orientação necessária para que ele compreenda o que está a ser pedido; respeite o seu ritmo permitindo-lhe, quando necessário, que a conclua na aula seguinte ou em outro lugar na escola (biblioteca, sala de grupo);

- Ao corrigi-la, valorize não só o que está explícito como também o implícito e adapte os critérios de correção à sua realidade;

-  Não faça anotações na folha da prova (sobretudo juízos de valor);

- Não registe a nota sem antes retomar a prova com ele e verificar, oralmente, o que ele quis dizer com o que escreveu;

- Pesquisar, principalmente, sobre a natureza do(s) erro(s) cometido(s): ex.: Não entendeu o que leu e por isso não respondeu corretamente ao solicitado? Leu, entendeu, mas não soube aplicar o conceito ou a fórmula? Aplicou o conceito (ou a fórmula), mas desenvolveu o raciocínio de maneira errada?  Em outras palavras: em que errou e porque errou?

-  Dê ao aluno a opção de fazer prova oral ou atividades que utilize diferentes expressões e linguagens.  Exigir que comunique o que sabe fazendo questões, propor problemas e apresentar soluções exclusivamente através da leitura e da escrita é mau; é, sobretudo,  negar-lhe um direito   – natural –   de comunicar, de criar e de expressar-se livremente.

- Avaliações que contenham exclusivamente textos, sobretudo textos longos, não devem ser aplicadas;

- Utilize uma única fonte,  simples, em toda a prova (preferencialmente “Arial 11” ou Times New Roman 12), evitando-se misturas de fontes e de tamanhos, sobretudo as manuscritas, as itálicas e as rebuscadas;

-  Dê preferência a avaliações orais, através das quais, em tom de conversa, o aluno tenha a oportunidade de dizer o que sabe sobre o(s) assunto(s) em questão;

- Não indique livros para leituras paralelas. Quando necessário, proponha outras experiências que possam contribuir para o alcance dos objetivos propostos:

- Ofereça uma folha de prova limpa, sem rasuras, sem riscos ou sinais que possam confundir;

- Ao colocar questões falso-verdadeiro, construa um bom número de afirmações verdadeiras e em seguida reescreva a metade, tornando-as falsas; evite o uso da negativa e também de expressões absolutas; construa as afirmações com bastante clareza e, aproximadamente com a mesma extensão; inclua somente uma ideia em cada afirmação;

- Ao colocar questões de associações:, fale de um só assunto em cada questão; redija cuidadosamente os itens para que o aluno não se atrapalhe com os mesmos;

- Ao colocar questões de preenchimento de espaços, utilize somente um espaço, no máximo dois, em cada frase; faça com que a lacuna corresponda à palavra ou expressão, que envolvam conceitos e conhecimentos básicos e essenciais

- Mantenha a mesma terminologia que está no livro adotado na disciplina.


 

«Dislexia é uma dificuldade especifica de aprendizagem da Linguagem para:


- A  Leitura, Soletração, Escrita,  Linguagem Expressiva e Recetiva,  os Cálculos Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social.


- Não tem como causa a falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a ver com défice visual ou auditivo como causa primária.»


Snowling, M.



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Bibliografia


Snowling, Margaret, Dislexia