quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

No âmbito da IV Reunião da Associação Ser Bebé com o tema: «Nascer Antes do Tempo: as vivências, as intervenções e a ética», falo-vos hoje da intervenção do terapeuta da fala na neonatologia, dos seus objetivos e da importância que tem para o desenvolvimento destes bebés que nasceram prematuramente. 

As dificuldades de deglutição constituem um risco para a sobrevivência e para o desenvolvimento do RN no período neo-natal. A alimentação das crianças, desde o seu nascimento, exerce um grande impacto sobre elas e sobre a família. Muitas vezes é necessário «olhar» para além das questões técnicas, no sentido de compreender e atuar de forma a facilitar e encorajar o estabelecimento de interações saudáveis, pois qualquer alteração na alimentação poderá afetar tanto o estado nutritivo como também o desenvolvimento global do bebé e consequentemente o processo de interação e vinculação.

 Integrando a equipa da neonatologia a intervenção do TF assume um papel de relevância nos cuidados prestados ao RN. No campo de actuação deste técnico, faz parte a atenção permanente à função de alimentação, ao desenvolvimento neurosensoriomotor global e à saúde da comunicação. A intervenção dá-se a um nível preventivo primário e secundário, pois envolve a orientação e o aconselhamento aos pais como também a deteção e intervenção direta no RN. 

 A intervenção é posta em prática após a avaliação e elaboração de um programa de tratamento, tendo sempre em conta as necessidades específicas de cada bebé. A Estimulação Sensório Motora Oral, a Sucção Não Nutritiva e a Sucção Nutritiva tendo como base de intervenção o conceito de Bobath, são técnicas específicas do conhecimento do TF que visam a estimulação do desenvolvimento normal do sistema estomatognático e têm como objetivo: 
 - Adequação da motricidade orofacial; 
 - Facilitação da associação da sucção com a saciação; 
 - Facilitação da digestão; 
 - Alteração dos estados de vigília; 
 - Aumento de oxigenação durante e após a mamada 
 - Aumento de peso com a mesma quantidade calórica 
- Passagem da alimentação por sonda para alimentação via oral mais rápida e eficaz 
 - Alta hospitalar mais cedo. 
Com a intervenção, pretende-se também prevenir: 
 - Aspirações, que podem levar a complicações pulmonares 
 - Agravamento do quadro de disfagia 
 - Dificuldades nas transições alimentares 
- etc…

 ________________________________________________________________________________Referências Bibliográficas
Jacobi,J.Levy,D.Silva,L.«Disfagia – Avaliação e Tratamento».Rio de Janeiro.Revinter.2003 Hernandez,A.«O Neonato».São Paulo.Pulso Editorial.2003
Ferreira.Befi-Lopes.Limongi.«Tratado de Fonoaudiologia».Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia.Roca Editora.2005

sexta-feira, 1 de junho de 2012

INTERVENÇÃO DA TERAPIA DA FALA NO SINDROME DE ASPERGER

Hoje, dia 1 de Junho, comemora-se o dia mundial da criança, uma data assinalada para lembrarmo-nos dos seus direitos e não esquecer que cada criança è UMA criança, e HÁ que respeitar as suas diferenças. Por isso, hoje publico um excerto de um artigo sobre a intervenção no sindrome de asperger, respetivamente a intervenção da terapia da fala.

O Sindrome de Asperger (SA) apresenta desvios significativos e anormalidades nas areas do relacionamento social, uso da linguagem para a comunicação e certas caracteristicas de comportamento e estilo, que envolvem repetições ou perseverações sobre um número limitado , porém intenso, de interesses e estereotipias. Encontram-se factores semelhantes ao que acontece no autismo, mas sem défices cognitivos, nem atrasos no desenvolvimento da linguagem, embora possuem caracteristicas peculiares, com alteração verbal e não-verbal (Batista, 2002; Fernandes, 2000).
Batista (2002) e Lopes (2000) apontam os disturbios da comunicação verbal e não-verbal como caracteristicas da SA, uma vez que estes individuos parecem não utilizar a linguagem dentro do processo comunicativo socio-interaccional, mas como objecto, com um fim em si mesmo. Apresentam um campo limitado e peculiar de interesses, dedicando-se a assuntos não usuais ao seu grupo etário e utilizando a excelente capacidade de memória que possuem. Por vezes, apresentam uma fala pedante, desde o inicio das suas manifestações verbais, com o uso de palavras dificeis, num tom falso e pouco espontâneo (alterações ao nível da prosódia e melodia).

Tais caracteristicas são demonstradas pelas dificuldades em criar um discurso coeso e contextualizado e em iniciar e manter turnos e tópicos na conversação. Segundo os estudos de Fernandes (2000) e Lopes (2000), a compreensão destes individuos como um todo pode estar comprometida, já que a tendência é deles compreenderem o que lhes foi dito de forma literal, não conseguindo abstrair o conteúdo metafórico ou o duplo sentido das expressões. Existe, portanto, uma disparidade entre o uso que estes indivíduos fazem de vocabulários pouco usuais, a idade cronológica e a dificuldade de entendimento de palavras e expressões de uso incomum. Uma criança com SA quando avaliada no seu aspecto pragmático consegue estabelecer um compromisso conversacional por tempo limitado, distraindo-se e modificando, constantemente, o foco da conversação para temas divergentes, na maioria das vezes de interesse pessoal, e também por tempo restrito, isto segundo pesquisas de Batista (2002) e Limongi (2003). É observada igualmente a grande necessidade da criança em estabelecer alguma actividade linguística quando o silêncio se torna presente, porém, fá-lo com conteúdos de baixa coesão. Quanto às habilidades conversacionais, é importante ressaltar a presença de características peculiares na voz, como entoação exacerbada, velocidade de discurso aumentada, altura tonal muitas vezes exagerada e sensação de voz robotizada (Batista 2002). Além de apresentarem nos seus discursos uma fala pedante com uso de palavras e expressões descontextualizadas, chegando à estereotipia e ao jargão. Segundo Batista (2002), é possível observar o uso assistemático de pronomes pessoais, possessivos, interrogativos, demonstrativos e indefinidos, o que torna a fala mais cansativa e estereotipada. Em relação às habilidades não-verbais, os gestos simbólicos são poucos utilizados por estas crianças, apresentam pouca mímica facial, muitas vezes não realizando expressões faciais marcantes em momentos distintos e parecem não entender mímicas e expressões faciais das outras pessoas (Fernandes, 2000). Para além disso, apresentam grande dificuldade em comunicar com o olhar, mantendo pouco ou quase nenhum contacto visual com o interlocutor. Características estas que dificultam ainda mais o estabelecimento de uma comunicação positiva e interactiva (Batista, 2002)

O acompanhamento da terapia da fala nestes casos é de suma importância para o desenvolvimento mais próximo do considerado normal da linguagem e da comunicação destes indivíduos. A obtenção de dados objectivos com a família sobre a comunicação e a interacção da criança permite ao profissional identificar progressos a curto prazo ou a delineação de procedimentos alternativos. A partir desses dados e da própria avaliação do profissional, com os meios necessários para isso, é construído o perfil comunicativo da criança, o que facilita todo processo terapêutico, sem deixar de dar atenção aos aspectos subjectivos também envolvidos neste processo.

Ana Marques
in Revista Diversidades «O Mundo Aspie»

quarta-feira, 21 de março de 2012

COMUNICAÇÃO, LINGUAGEM E FALA NA CRIANÇA COM TRISSOMIA 21

“A dificuldade em comunicar tem consequências e afecta as pessoas em todas as situações da vida em qualquer idade. Para uma criança no período préverbal, as dificuldades de comunicação afectam a interacção com as pessoas que cuidam dela e perturbam ou impedem o processo de socialização natural.”

Hoje, dia 21 de Março comemora-se o dia Mundial da Trissomia 21, como terapeuta da fala não podia deixar de escrever algo no âmbito deste patologia e dedico este artigo a uma menina muito especial e lutadora que tive o prazer de conhecer e trabalhar há 12 anos atrás a C.
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A Trissomia 21 define-se como uma alteração da organização genética e cromossómica do par 21, pela presença total ou parcial de um cromossoma extra nas células do organismo, ou por alterações de um dos cromossomas do par 21 por permuta de partes com outro cromossoma de outro par de cromossomas (Morato, 1995).

Sabemos hoje que a maturação do sistema nervoso e a aquisição dos conhecimentos necessários para que surja o funcionamento linguístico dão-se mais lentamente nestas crianças do que nas que apresentam um desenvolvimento normal (Perera & Rondal, 1994). Este grupo possui um padrão de especialização cerebral peculiar, apresentando uma dominância direita para a recepção da linguagem (como já é conhecido), revelando-se, contudo, esquerdos (especialização do hemisfério esquerdo) para o controle dos movimentos da boca, incluindo os movimentos da fala. Estas aportações resultam de estudos baseados na assimetria do movimento da boca, efectuados por diversos investigadores (Heath e Elliot, 1999; Weeks e colaboradores, 1995). Isto significa que as pessoas com T21 não só possuem uma lateralidade inversa, como os seus centros cerebrais para o processamento da linguagem carecem de uma conectividade óptima, o que permite explicar, por um lado, a diferença que existe, nesta população, entre compreensão e produção (a favor da primeira), e por outro, a persistência das dificuldades nas dimensões fonológica e morfossíntáctica (Aguado e Peralta, cit. in Peña, 2002).
Esta lentidão para perceber, processar e elaborar respostas face a estímulos externos, implica que tenham necessidade de mais tempo. Este desenvolvimento retardado e deficitário relacionado com as capacidades cognitivas gerais observa-se também ao nível das capacidades de comunicação não-verbal pré-linguisticas, tais como: o contacto visual, direcção do olhar, o apontar.

Daí a importância da intervenção precoce junto a estas crianças no sentido de estimular as capacidades pré-linguistas com vista a minimizar o atraso da comunicação, linguagem e fala características encontradas nestas crianças em diferentes graus de severidade.

São vários os estudos que referem como metodologia de intyervenção precoce com estas crianças a utilização do gesto em simultâneo com a fala. Pois a combinação destes dois sistemas irão facilitar o desenvolvimento da comunicação. Ajuda a criança a progredir na linguagem, ainda que não esteja pronta para utilizar a fala e ajuda a ultrapassar a sua frustração de não se fazer compreender.

Ana Marques


Bibliografia

MUNDY,P e tal. 1988.« Nonverbal Communication Skills in Down Syndrome Children»in Child DevelopmentVol. 59, No. 1 (Feb., 1988), pp. 235-249
REIS, S. 2005 «Um contributo multimédia para a estimulação da linguagem» Universidade de Aveiro
FOWLER, A. .1986. «THE DEVELOPMENT OF LANGUAGE STRUCTURE IN CHILDREN WITH DOWN SYNDROME» in Development of Language Structure

quinta-feira, 1 de março de 2012

HIGIENE ORAL NA CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL

Com qualquer criança, uma boa saúde oral depende de alguns cuidados diários a ter, tais como: a higiene oral (escovagem dos dentes).
No entanto, na criança com paralisia cerebral, pelas alterações inerentes à patologia de base, estas apresentam muitas vezes difucldades no comer e no beber e são estas mesmas que requerem maior atenção no que se trata à saúde oral, porque:

- apresentam um padrão respiratório predominantemente oral, o que leva as gengivas a ficarem muito secas, provocando irritação e possiveis hemorragias;

- têm dificuldades de alimentação e a necessidade de usar uma dieta pastosa, que por sua vez reduz a estimulação dos dentes e gengivas;

- necessitam de ingerir, em alguns casos, medicamentos anti-convulsivos que podem causar o crescimento anormal das gengivas por cima dos dentes;

- as alterações sensoriais e as alterações do tónus muscular caracteristicos de um quadro de paralisia cerebral, pode tornar a atividade de lavar os dentes muito dificil;

- a utilização de dietas ricas em açúcar, contribui para o aparecimento de cáries precoces nestas crianças.

- a ausência do controlo da saliva irá resultar num pobre fornecimento de saliva dentro da boca, não a mantendo limpa e humedecida,

Por isso, é fundamental incentivar precocemente a lavagem das gengivas e dos dentes a estas crianças, ajudando os pais a cumprirem este objetivo, tendo sempre em conta que para além do aspeto da saúde oral a higiene oral traduz-se também numa abordagem terapêutica. Pois estimula, normalizando a sensibilidade e tonus intra-oral e facilitando posturas das estruturas orais mais adequadas a alimentação. ajudando a criança a tolerar alimentos com diferentes texturas e consistências dentro da boca.

O procedimento para a higiene oral deverá ser o seguinte:
• para as crianças sem dentição, deve-se limpar as gengivas e retirar os resíduos alimentares com uma compressa. Esta pode ser embebida em tantum verde ou apenas em água. Os movimentos na gengiva com a compressa devem ser rotativos, no sentido do relógio, do meio para trás, nas gengivas internas e externas. Não nos podemos esquecer que os dentes necessitam de gengivas sãs para os suportar;
• nas crianças com dentição, os movimentos executados com a escova nos dentes, interior e exteriormente, são basicamente os mesmos que se fazem com a compressa;
•a pressão é variável conforme a criança (+ sensibilidade + pressão / – sensibilidade – pressão) e com rapidez.
Outros aspetos a ter em conta são:

- Utilizar uma escova com um tamanho adequado à sua boca e de pelos mais macios, para não provocar dor;

- procurar a ajuda de especialistas sempre que necessário e surgirem dúvidas



Ana Marques

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A CRIANÇA COM DIFICULDADES DE ALIMENTAÇÃO .... MAIS DO QUE A HORA DO COMER!

As crianças durante o seu dia a dia estão envolvidas em situações onde adquirem conhecimentos, por exemplo: quando vão ao supermercado podem aprender as cores, as quantidades, aumentar o vocabulário, aprendem onde estão arrumados os difrentes alimentos e produtos e podem observar o adulto a preparar as refeições e a limpar tudo depois.

Quando estas crescem, tornam-se mais ativas nestas atividades, estas mesmas fornecem à criança experiências muito importantes para o seu desenvolvimento.

Por vezes torna-se muito dificil envolver crianças com dificuldades alimentares (com disfunção de integração sensorial) nestas atividades diárias, uma vez que associam a hora de alimentação a uma coisa «má», a uma atividade quase por obrigação, gestora de grandes niveis de ansiedade para toda a familia.

Por isso, mesmo que a criança não vá comer, é importante trazê-la para as atividades diárias de preparação da hora da refeição. Isto irá permitir à criança «ver a comida» como uma fonte de prazer e não de ansiedade e aborrecimento.

Existe uma grande diferença entre alimentar a criança, com o objetivo de apenas nutri-la e usar as ações de comer e beber como uma ação terapêutica, que tem como principal objetivo melhorar essas capacidades.

Uma abordagem terapêutica da alimentação pode levar ao progresso de muitos aspetos do desenvolvimento da criança, tais como: as capacidades motoras, de comunicação e de socialização.



Ana Marques

sábado, 4 de fevereiro de 2012

A INFLUÊNCIA DOS HÁBITOS ORAIS NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

A presença de hábitos ligados à região oral, tais como: a sucção da chucha, do biberão, do dedo, o roer as unhas ou o colocar objetos na boca, é muito comum nas crianças e na maioria das vezes esses comportamentos são tolerados ou até incentivados pelos adultos, uma vez que os utilizam como forma de acalmar ou entreter a criança, sem muitas vezes se darem de conta do que eles significam no desenvolvimento infantil.


Sabemos que no início da vida, a criança tem uma necessidade de sucção, não só como fins para a alimentação, mas também como forma de se autoregular e de experimentar.


No que respeita a alimentação, a sucção deve ser gradualmente substituída por outras capacidades motoras orais que permitam a maturação e o crescimento adequado das estruturas orofaciais, ou seja, preferir sempre a amamentação, se não for possível ou se a amamentação não for exclusiva utilizar tetinas ortodonticas, com furos apropriados, que estimulam os movimentos musculares da língua, dos lábios e das bochechas e visam aproximar esta movimentação àquela que ocorre quando a criança suga o seio. Contudo, mesmo esse tipo de bico deve ser substituído pelo copo, tão logo a criança seja capaz de utilizá-lo.

O uso prolongado da chucha e do biberão podem alterar todo o equilíbrio muscular da face, na medida em que deixa a boca frequentemente aberta e a língua com uma postura inadequada dentro da cavidade intra oral. Nestes casos, ocorre também alteração no tónus muscular das bochechas e do padrão respiratório, já que a criança passa a respirar pela boca, ao invés de utilizar o nariz. O contrário também pode ocorrer, isto é, crianças com problemas respiratórios, tais como rinites, podem desenvolver um padrão de respiração bucal, devido à frequente obstrução nasal (respirador oral).


Estas alterações de tónus e de posturas dos articuladores podem levar a alterações na implantação dentária e/ou na oclusão dentária e em simultâneo alterações na articulação dos sons da fala. Associado a estas alterações de tonus e de postura da língua e pela persistência de um reflexo de sucção que já não deveria existir, a criança poderá apresentar alterações miofuncionais orais para a alimentação (deglutição atípica, alterações no padrão da mastigação).


Abordando a capacidade da fala, sabemos que, para pronunciar os sons, utilizamos muitos dos órgãos usados na alimentação, tais como lábios, língua, dentes e bochechas. Estas estruturas são preparadas, desde os primeiros dias de vida, para a articulação dos fonemas, pela alimentação e pelo trabalho muscular realizado através dela. Sendo assim, uma criança que tenha tido um padrão de alimentação adequado, sem “maus hábitos orais” e livre de problemas físicos, mentais, emocionais ou ambientais, tende a ter um bom desenvolvimento da fala.
Contudo, uma criança que apresente alterações nesses aspectos pode desenvolver formas de mastigação alteradas, tais como: mastigar pouco, mastigar apenas de um lado, amolecer o alimento com a língua em vez de utilizar os dentes para triturá-lo, os músculos faciais e a musculatura da língua não são exercitados adequadamente e podem não corresponder ao movimento solicitado para a produção de determinados sons da fala.


As crianças com deglutições atípicas engolem os alimentos e a saliva com posicionamento inadequado da língua, exercendo pressão sobre os dentes, hábito que geralmente não é percebido ou é encarado como passageiro, mas que pode alterar a musculatura e ocasionar, dentro de outras alterações, dificuldades na pronúncia da fala, principalmente dos sons que requerem movimentação da ponta da língua, tais como: “t”, “d”, “n”, “r”, “l”, “s” e “z”.


Podem ocorrer também problemas emocionais que façam com que a criança mantenha um padrão infantilizado e necessite utilizar objetos para uma satisfação oral, ou ainda que viva num ambiente que estimule a manutenção dos hábitos orais, incentivando o uso da chucha e do biberão.


Perceber estas alterações, procurar as causas, prevenir ou intervir sobre os seus efeitos é importante para o desenvolvimento da criança, pois estas dificuldades, se não forem trabalhadas, podem acompanhar a pessoa durante toda a vida, sendo comuns alterações de fala em adultos, decorrentes de hábitos orais utilizados na infância e que afetam as suas relações pessoais e profissionais, já que um bom padrão de fala é algo bastante valorizado, sendo inclusive um fator de exclusão no mercado de trabalho em algumas profissões.