segunda-feira, 13 de junho de 2011

A importância de detetar precocemente os problemas de audição


A audição é um dos sentidos mais importantes para a linguagem oral..por isso a deteção precoce dos problemas de audição na criança é importante para o seu desenvolvimento linguístico.


Os primeiros anos de vida têm sido considerados como o período crítico para o desenvolvimento das competências auditivas e de linguagem. Este é o período de
maior plasticidade cerebral das vias auditivas. Neste período, o sistema nervoso auditivo central pode ser modificado de maneira positiva ou negativa, dependendo da quantidade e qualidade dos estímulos externos captados. Além disso, o período de receção dos símbolos linguísticos auditivos é um pré-requisito para a formulação da expressão verbal.

O diagnóstico audiológico realizado durante o primeiro ano de vida possibilita a intervenção médica e terapêutica, ainda neste
período, permitindo um prognóstico mais favorável em relaç
ão ao desenvolvimento global da criança.


As alterações ao nível da audição podem ser percebidas desde o primeiro mês de vida. Basta observar se a criança apresenta alguma reação perante um som (como direcionar o rosto quando ouve o som). Após um ano de idade é importante verificar se a criança balbucia e se reage a algum som.

É possível reconhecer uma criança ou um adulto com dificuldade de audição quando não responde quando é chamada, solicita sempre a repetição do que foi dito, aumenta o volume do rádio ou da televisão, é desatenta, apresenta alterações articulatórias verbais (troca as letras na fala) e ainda apresenta dificuldades de aprendizagem.


Desenvolvimento da fala e audição:

· 0 à 3 meses: A criança diminui a atividade que está a fazer ou fica mais quieta ao ouvir um som. Por exemplo: voz dos pais e apresenta reações a sons altos: pisca os olhos, chora, pára de mamar.

· 3 a 6 meses: Olha para quem fala; vira a cabeça para o lado de fonte sonora; gosta de brinquedos que emitem sons.

· 6 a 10 meses: Responde ao próprio nome e mostra compreensão a palavras simples. Exemplos.: Não, tchau!. Emitem sons.
· 10 a 15 meses: Imita palavras simples; conhece o nome dos seus brinquedos e pode apontá-los quando lhe é pedido.
· 15 a 20 meses: Fala entre 10 a 20 palavras.
· 20 a 24 meses: Mostra interesse na rádio e televisão; já sabe dizer o seu nome.
· 24 meses a 3 anos: fala das suas experiências do dia-a-dia; fala cerca de 270 palavras.
· Maior de 3 anos: Conversa corretamente, sem trocas ou erros de fonemas (com excepção do som /r/ que pode ser adquirido até mais tarde).

Northern e Downs, 1989; Zorzi,. 2000


Ainda dentro da problemática dos problemas de audição e a primeira

infãncia, não poderia deixar de falar no uso de biberões até uma idade tardia e de serem ingeridos numa posição inadequada (deitados) e que podem originar otites médias.


O bebé deve ficar ligeiramente sentado impedindo que o leite reflua para a nasofaringe, originando o risco de otites. Esta posição permite que a língua encoste ao palato na posição correcta para engolir, porque quando está deitado, o bebé engole o leite rapidamente a língua fica mais anterior podendo originar mais tarde problemas de fala ou deglutição.


A revisão da literatura mostra que a perda auditiva observada nas otites médias pode ser ligeira e flutuante e os dados mostram que os três primeiros anos de vida da criança são críticos para o desenvolvimento da linguagem, e que crianças com otites médias, neste período, têm maior risco de apresentarem atraso do desenvolvimento da linguagem, no comportamento e, futuramente, na aprendizagem escolar.


Hoffman et al, 2002; Butler et al, 2001

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